Um Caminho Cristalino
Escrevi sobre reflexões durante o lockdown. Texto de março de 2021.
INSIGHTS REFLEXIVOS
Álvaro de Matos
3/27/20236 min read
Enquanto escrevo Belém encontra-se em lockdown. (*) Texto publicado em março de 2021
E, se você for olhar no horizonte, ele, no primeiro momento, pode parecer nublado, como foi o amanhecer de uns dias atrás, na nossa cidade.
Num momento como esse, mais do que nunca, para onde você direcionar o cristalino do seu olhar, para lá se direcionará seu futuro.
Então acalme-se.
Respire fundo.
A neblina se dissipa quando se a enfrenta. O caminho não termina para quem quer seguir adiante.
Olhar Cristalino
Para quem conhece as leis herméticas da Vida e já se deparou com a Lei do Mentalismo, sabe que é fundamental saber pensar. Se você não tem essa informação, saiba que o Universo é todo mental. Mais do que bariônico (físico), o Universo é, na sua estrutura, basicamente imaterial e mental.
E antes que você vire o nariz, não, isso não é conversa de esotérico. É um conhecimento científico, a ponto do conceituado neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis afirmar, em seu livro, que o cérebro é o verdadeiro criador do Universo. Pesquise.
Cada pessoa é um mundo à parte. Cada pessoa descreve e formula seu mundo de acordo com o seu padrão de consciência. E isso explica porque, para algumas pessoas, o copo está sempre meio cheio, e para outras, meio vazio. O mesmo evento pode afetar a todos, mas gera reações e desdobramentos diferentes, porque cada pessoa é única.
Somos permanentemente cocriadores da nossa realidade. Enquanto indivíduo, a qualidade do seu padrão de consciência vai reger a sua vida pessoal. A nível de grupo, enquanto raça e povo, nossa realidade social e cultural é estabelecida pelo padrão consciencial do nosso inconsciente coletivo.
Estamos em crise, eu sei. E nesses momentos, convido você a escutar, parar e refletir um pouco sobre o que falou um grande guerreiro japonês do século XVII:
“Em estratégia, é importante ver o que está distante como se estivesse próximo e ter uma visão distanciada do que está próximo“
(Miyamoto Musashi)
Ter um olhar amplo e distanciado é perceber que não é obrigatório ficar refém dos tsunamis coletivos que estão à sua volta. Você não precisa ser como uma folha à mercê dos ventos. Permita-se sair do caos e se aventurar em aguçar o olhar, para ver as oportunidades que pairam por aí, mesmo que distantes, além da neblina do medo.
A noite escura sempre antecede o amanhecer
Consciência do Medo
O P.h.D. Dr. David Hawkins foi um médico, psiquiatra e pesquisador norte-americano que desenvolveu estudos sobre a escala da consciência humana e a mapeou em níveis de frequência e vibração. Ele percebeu que nossas emoções afetam diretamente nosso estado vibracional, nossa energia e nossa consciência.
E assim, ele dividiu a Escala de Consciência Humana em três níveis de consciência padrão. E advinha qual é o padrão de consciência mais baixo? Sim, você acertou. É a Consciência do Medo (100 Hz).
O medo é puramente mental e cresce de forma compulsiva até paralisar uma pessoa. A visão do mundo perigoso na sua mente cresce até gerar crises de ansiedade, até virar paranoia, até desenvolver para si uma síndrome do pânico. Atenção se você tem essa sensação permanente de perigo, fica muito facilmente assustado e faz tudo para ter segurança, a qualquer preço.
Lembra do Mentalismo? Então, tudo aquilo que você foca na sua vida ganha força, no grau da intensidade de consciência que você coloca no seu foco. Dessa forma, você acaba atraindo para si o que tem medo, se você está vibrando nesse padrão de consciência. E aí é ladeira abaixo, infelizmente, para níveis mais baixos de vibração dentro da consciência do medo.
Dessa maneira o caminho se turva e você tem a sensação de não ter horizonte. O medo da morte e a tristeza baixam sua imunidade, deixando você em estado de vulnerabilidade. O medo de perder afeta o seu discernimento, e faz com que você tome decisões com sua mente reptiliana (olhe o artigo um-bicho-solto/). O medo faz com que você veja somente dificuldades onde há oportunidades.
Para sair desse lodaçal emocional, caso você queria, requer desenvolver em você, caso ainda não tenha, a capacidade de ter a mente cristalina de um resiliente.
Para germinar precisa ter fé no futuro
Mente Cristalina
Para quem nunca ouviu falar em resiliente, trago o conceito de Aldo C. Milillo, médico e psicanalista argentino, sobre a resiliência, como sendo a “capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade”.
Resiliência é um conceito originário da física, que é a capacidade de um material resistir e voltar ao normal, mesmo depois de ser tensionado, depois de submetido a forte pressão do exterior. Começou a ser utilizado nos estudos da psicologia a fim de entender porque algumas pessoas, mesmo submetidas a situações extremas de pobreza, tragédias, vítimas de abusos e outras formas de violências, dentre outras, a despeito disso, saíram vitoriosas do processo, melhores e construíram um futuro melhor para si.
Pessoas resilientes são tolerantes à dor, ao sofrimento, à pressão social, enfim, têm condições de enfrentar uma crise e seguir adiante. São aquelas que têm a capacidade de ficar bem, na medida do possível, e não entrar em curto-circuito, em meio a tragédias, traumas e frustrações.
Ou seja, ao contrário do que pensem por aí, resiliência é o oposto de conformismo. Não existe resiliência sem movimento de mudança para o melhor. O resiliente tem a mente cristalina porque sua mente está voltada para a superação da situação atual. É aquela pessoa que faz do limão uma limonada para beber, emagrecer ou ganhar dinheiro.
Que tal preparar uma bela limonada?
Isso é possível para aqueles que têm a mente focada no que se quer, não no que não se quer. Uma mente otimista e com fé. Não são pessoas insensíveis ou sem empatia, muito pelo contrário. São pessoas com senso profundo no bem coletivo, na bondade das pessoas, na natureza espontânea das coisas, conectadas à frequência da bondade da Vida.
Uma mente que foca no problema gasta energia em buscar culpados. Sente-se sem forças para reagir. Fica agressiva ou paralisada no cotidiano. Vê o problema como um grande monstro, quase indestrutível. Sente-se desamparada, injustiçada e se apoia em racionalizações para se manter assim.
Uma mente resiliente foca na solução e utiliza energia para buscar uma saída. Sabe que tem forças para reagir e consegue enxergar uma rede de apoio ao seu redor. Foca nos benefícios que precisam ser gerados e compartilhados na sociedade. Sente que o momento, por mais que seja difícil, é transitório. Apoia-se nos aprendizados que a situação traz, para uma mudança interior e para a construção de um futuro melhor.
Se para você pode parecer vago, saiba que o resiliente muito frequentemente vibra, no mínimo, na Escala da Consciência da Boa Vontade (310 Hz), que é a do otimista, de quem está disposto a fazer a obra, transformando a dor que se está sentindo num impulso de crescimento.
Se o problema é doença, ele foca na saúde, executando atividades que proporcionem e favorecem a saúde mental, emocional e física. Se a questão é dificuldade financeira, ele pensa e atua nas formas de aumentar sua renda. Se foi demitido ou faliu a empresa, busca formas de se reinventar e manter-se com recursos. Se a crise é a morte, pensa nos meios de se seguir adiante, honrando a vida que se tem, para deixar um legado.
Nosso mundo precisa ter mais pessoas resilientes, atuando por aí em suas casas e trabalhos, porque o caminho se torna cristalino para as pessoas de boa vontade, como uma semente que brota em meio a adversidades.
Álvaro de Matos